HELLO STRANGER
this is about truth,beauty,freedom;but above all things,this is about love.

19.8.10

Caio F.

_ Que tipo de casa você queria ser?
(...)
- Eu não queria ser casa.
- Como?
- Queria ser um apartamento.
- Sei, mas que tipo?
(...)
- Uma quitinete. Sem telefone.

18.8.10

Ela partiu.

Um dia, eu cheguei no mesmo lugar onde eu a via todos os dias, e só encontrei o lugar cheio de vazios. Nenhuma porta trancada, nenhuma janela fechada. Eu sabia: Ela partiu.
Eu sentei no banco de madeira, com pregos enferrujados e comecei a lembrar do dia que ela chegou. Com seus shorts jeans, seu tênis imundo e camisa da Funéria, depois com seu vestido marrom, com suas calças largas, seu cabelo bagunçado, seu óculos mal desenhado, seu lábios vermelhos, seus labirintos pintados assim também. Quando ela entrou em casa, em minha casa e na casa deles, parecia que as paredes tremiam. Nunca vi algo de cento e setenta e dois centímetros estremecer uma obra tão grande. As paredes verdes pintadas nunca mais foram as mesmas depois dela.
Eu vi ela chegar, mas não sei a quanto tempo ela partiu. Só sei que ela se foi, e me deixou num quarto cheio de vazios. As minhas paredes se calaram, pra ouvir meus lamúrios. O chão se fez mole, pra que eu repousasse meus cabelos. Meu violão está afinado, minha voz está rouca, e meu pequeno vermelho rouxinol partiu. Cansou dos meus olhos. Cansou da minha voz.Dizia: ’Seus olhos verdes de demônio me assustam.’
E riamos.
Agora, eu tento arrumar palavras, nomes, vozes, pra encher o tempo. E eu sei que ela partiu. Só disso que sei. Porque não é está como quando você sabe que seus pais vão voltar de uma viagem.
E eu vi que nem no alvo eu estava. Eu estava nela. E agora, onde eu estou?
Quando chegava, tudo se tornava bright purple. Não pela sua beleza, mas porque quando abria a boca, saía um leão maior que ela. E a voz... que voz! Ela cantava quase como um sussurro,pra me chamar pra perto, pra ouvir melhor, e me beijar com boca de café e chocolate. E me olhava com seus olhos cor-sem-nome e quando eu olhava pra ela, ela se esquivava. E eu não entendia se era um convite pra olhar mais perto, ou uma fuga do que era incerto.
Às vezes, me sentia em suas mãos. Totalmente dominada por mãos de dedos finos e esmalte descascado. Suas unhas desenhavam grandes arcos nas minhas costas. Eu tinha sorte. Muito azar. Um azar dentro de um biscoito da sorte.
E agora, se foi. Levou meus vícios..e me deixou um livro sem frases, com gravuras vermelhas igual seu cabelo. Ela rabiscou: ‘Eu não podia aguentar.Foram seus olhos pérfidos me causando remorsos.’

17.8.10

Pecado

Ana chegou ainda com o mesmo vestido na velha igreja. E disse que precisava confessar, disse que precisava falar por que sua cabeça pesou. E depois de algumas prensadas da D. Consciência, ela resolveu expor isso para o Padre que estava ajoelhado na frente de algumas imagens. Nada de estranho por enquanto, ou pelo menos até Ana começar a se confessar.

Então ela disse:

- Ela tinha mãos quentes e uma boca quente. Ela parecia renascer em cada toque. Ela dizia "tudo bem", enquanto me mostrava sua cara bem convidativa. E ela mordia meu pescoço e me tirava o ar. Sei que depois de horas a fio, o Sol já estava voltando para seu lugar. Não importa o que foi dito, se algo foi dito. O que importa é o que fiz. Deitei-me com um Demônio. E me entreguei nisso e fui além do que eu podia imaginar. Eu provei do inferno a pior dose e do céu a maior viagem.

E o Padre respondeu:

- Enjoy it while it lasts, doll.

16.8.10

E assim foi:

Ela. Sempre sorria das minhas piadas, sempre cantava minhas músicas, sempre ouvia aqueles problemas que dão voltas e voltas. Me guiou. Ela contava seus problemas como quem conta suas conquistas. Mesmo com seu pés cansados, sua voz nasal e seu braço machucado, ela não derramou nenhuma lágrima na minha frente.
Ela. Sabia o que era o bem e o mal, mas por dúvidas, escolhia sempre o meio termo de todas as coisas. Simples e nada delicada. Cantava como um rouxinol livre e outras vezes era silênciosa como um peixe de aquário. Com toda aquela água contida, que vinha a tona quando a bebida quente corria em suas mãos.
Sempre foi assim.
Ela. Escolheu pouquíssimas pessoas para lhe ouvir, e assim escolheu a maioria erroneamente. Ela, se conserta só. Como um pássaro negro que pega seus olhos fundos para ver, ou suas asas quebradas e começa a voar.
Sempre foi assim para Ela.
Por quanto tempo ela quis apenas encostar a cabeça num travesseiro e dormir? Mas eles correm dela como o fogo da água. Por que na sua cabeça há muito mais que borboletas, zebras, vagalumes e contos de fadas.
Sem infância, sem adolescência, sem maturidade, passado, presente ou futuro. Era pra ser apenas Ela.'

6.8.10

The Beauty and the Beast

- Oi
- Tudo bem com você?
- Tudo certo, e com você?
- Tudo bem, na medida do possível.
- Como assim? O que deixa seu possível na medida?
- Nada.
- Oras, o que tanto limita o teu "possível"?
- Nada, já disse.
- Se nada te limita, então você está bem sem medidas.
- Não. Só não quero falar pra você.
- Então escreva, você escreve melhor do que fala.
- Tchau.
- O que fiz?
- Nada.
- Onde vão tuas palavras na minha presença, baby?
- Não vão. Apenas se estatificam. Quietas permanecem.
- Há um motivo pra isso?
- Não sei. Você faz minhas palpebras tremerem.
- Isso é bom?
- Isso é diferente.
- Então é bom. Mas ande, fale-me sobre teu possível tão limitado.
- Nada. É que algumas coisas são possíveis, e outras são apenas impossíveis.
- Custou dizer-me isso?
- Mais ou menos. Você me dá medo.
- Defina medo.
- Medo... oras. Uma sensação de insegurança ímpar. Frio na barriga que parece ter engolido o Alaska com sorvete. Ao mesmo tempo, é um combustível para fazer coisas mirabolantes, impossíveis.
- AHA!
- O que?
- Eu te faço ultrapassar o limite do possível?
- Eu não disse isso idiota, de onde tirou essa idéia?
- Você disse que eu te dou medo. Depois definiu medo como combustível para coisas impossíveis. Ou seja, eu te dou vontade de ultrapassar limites. Qual limite quer ultrapassar hoje?
- Você é lunático e voluntarioso.
- Lunático. Quer me dizer de forma indireta que quer ir à Lua?
- Não, quero dizer que você é louco. Isso não acontece com você.
- Isso o que? Vamos, eu tenho a chave.
- Chave pra que?
- Pra abrir teus portões e tuas algemas.
- Acho que agora estou conversando com um louco completo.
- Acho que estou ficando com febre. Baby, you lighted my fire.
- (Risadas) Seu tosco.
- Venha, você que escreve a sua vida.
- Isso que me assusta.
- O que te poe em condição de medo?
- Escrever minha vida. Tenho medo. Creio que não aprendi a fazer isso, e que também nunca fui ensinada.
- Relaxe baby, relaxe. Não importa como você vai escrever. Se há margem, se há pontuação. É tua vida, e não importa quem leia, não importa se vende, não importa de que cor você escreve. Só escreva. Escreva...
- Será?
- Eu sei, você escreve melhor do que fala.

(...)

3.8.10

Desencantamento

Em um mundo e em qualquer cidade.Numa sexta-feira.
Ela estava à procura de um bar,desde que tivesse boa música e vinho.Calçada com seu all-star ex-branco e agora encardido,camiseta branca,saia jenas lascada,calcinha roxa.Uma bolsa e dentro havia um dicionário.
Andou três quadras e em nada pensava.Encontrou um boteco que não era visualmente agradavél,mas a música sim.
Depois de quinze minuto sozinha contava o dinheiro para pagar a conta e ir embora.
- Olá anjo azul,posso me sentar?
Ela se perguntou que diabos era anjo azul.
- Sim,mas já estou de saída.
Ela o olhou e sua pele ficou febril e o rosto rubro.
- Eu pago mais uma. - disse ele.
- Então tá.
- E como é teu nome e sua idade?
- Me chamo Ana.A minha idade é suficiente.E o seu nome?
- Fernando. . .tenho 29.Você tem idade suficiente pra quê?
- Pra tudo!
E depois de horas, estavão eles conversando como velhos amigos.Entraram no apartamento dele e Ana ficou encantada com a decoração antiga.Era tudo antigo.Conversaram horas....E também beijaram-se.Agora sua calcinha era branca.
- Tô indo embora Fernando.Tchau.
- Ué,porquê?
- Sei lá.
- Tá.Me procura? - disse ele preocupado.
- Vou pensar.
Ela voltou para casa e ele chorou.Ela o amava mas não sabia o por que e já que não acretidava mais em amor a primeira vista, decidiu esqueçer aquela noite.Ana hoje com 24,aos 20 sofreu um acidente onde a memória amorosa foi apagada,foi como se o fogo tivesse consumido o seu amor por qualquer pessoa.

2.8.10

ARE YOU EXPERIENCED?

Já experimentou o gosto de ter mil coisas dentro de você e não conseguir expandir?
Já experimentou o gosto da verdade e não poder falar?

É como ter um orgasmo toda vez que a memória quer te lembrar.

Can you help me?