HELLO STRANGER
this is about truth,beauty,freedom;but above all things,this is about love.

3.4.11

LIVE AND LET DIE!

Ela foi encontrada sentada numa praça, debaixo de um pé de planta. É estranho como aquela árvore estava enorme. Enorme. Ele a viu ali sentada e como outrora, sentiu o que ela sentiu. Ela então o olhou nos olhos e ele desconcertado se aproximou. Como de costume, ele falou algumas mentiras depois de beijar-lhe a mão. Ele entendia completamente o que ela falava e sabia das mentiras que ela contava. Mas tudo bem, tudo estava bem. Ele estava com a roupa mais bonita. Ela estava com a roupa de sempre. Era carnaval e todos estavam preparados para aquela noite. Ele então tirou do seu bolso uma máscara cor de vinho e entregou na sua mão, com um sorriso mascarado disse que era pra combinar com seus olhos verdes.

Ele saiu com uma preocupação arraigada em seu peito, ela ficou com a solidão que estava acostumada a lidar. Do céu, chovia confetes e pintavam o chão de concreto. Ele no meio de todos, olhava para ela que estava sentada embaixo da árvore que tinha estranhamente crescido. O vestido branco que era característico dela, estava molhado e com uma leve transparência. Não se sabia se o que molhou foi o orvalho da árvore ou outra coisa. Mas de certo estava encharcado.

Como de costume, ele a tirou pra dançar. Vê-la tão quieta, era de certa forma assustador. E como de costume, desceu do céu uma chuva tão fina e tão cheia ainda... algo sobrenatural. Eles valsavam a mesma música a cerca de 9 anos, sabendo que mortos estavam por isso. Todos paravam para os olhar dançando fora do ritmo. Como de costume ela deitou sua cabeça em um de seus ombros, e ele encaracolava seus cabelos castanhos. Como sempre, ela estava embriagada e ele ainda era um cavalheiro. Ele notou que seu coração estava de certa forma, arritmado. Isso em geral acontecia. Chegou perto do pescoço, a abraçou forte, e dessa forma foi dito sem ninguém ouvir "Ainda te amo". A apertando contra si, ele entendeu o que estava acontecendo e ela também. Ele perguntou tranquilamente:

"Minha baby, o que há com você? Que marcas são essas em teu corpo? O que fizeram aos teus olhos? Onde está tua companhia e pra onde teus pés caminham? O que houve com tua voz, Lú? Onde está o teu vermelho? Me fale sobre teu vestido branco, como ele ficou assim. Por que não me disse o que estava acontecendo com você?"

Como de costume, ela sorriu para ele e disse que estava bem. Naquele momento, tanto aquela donzela sem alguma reputação ou valor, quanto aquele boêmio de boa família, entenderam que era mais que um adeus. Era a canção de um funeral. Eles então deixaram morrer um no colo do outro.