
28.12.10
22.12.10
From J*
Ela costumava ser daquelas garotas que a adolescencia não acaba. Tinha sempre um sorriso nos lábios e na mão, uma garrafa de vinho. Suas pernas tornas e finas eram paralizadoras de corações virgens. Ela tinha um melhor amigo e vários amores. Tinha um verdadeiro amor e vários amigos. Digamos que ela já tinha vivido mais que os anos lhe permitira. Fanática por música, dançava como ninguém. Ela se aprontava toda para essas noites em que o som ditava as regras. Não havia ninguém como ela na pista. O chão cantava com seus movimentos. Enquanto uns ficavam mentalmente falando: "Um, dois, três, quatro.", ela já estava na sua vigésima sétima volta. Ela dominava o lugar. Lembro-me muito bem de um dia em que ela entrou na festa vestida de negro. Sua pele branca, seu cabelo marrom sobre os olhos verdes, um piercing no nariz... L* estava esplendorosa. A figura plena de uma deusa em minha direção caminhava. Me olhou de um jeito nigmático e ficou me olhando, como se quisesse falar algo mas não se sentisse a vontade. Eu lembro dela dizer que me amava e saiu pra dançar.
É incrível como a última noite, sintetizou todas as coisas que já tínhamos feito juntas. Eu, naquela noite, atrás do meu copo de vodga, vi ela dançar como nunca tinha dançado. L*, era a mulher que eu queria pra toda vida. Meu erro foi não ver que ela ainda era uma garota, que amava dançar.
Naquela noite, tudo estava acertado por baixo dos panos, por alguém que ainda não se revelou. Ela sorria enquanto dançava e eu queria mostrar para ela a poesia que fiz.
"Enquanto te vejo por trás de cordas
Meu peito te grita as mais duras notas
Sentindo teu corpo bailar no salão
Pr'os braços de outros corre teu coração.
E assim, fico só.
Sem você, nem sol e nem dó"
Ela parou no meio da dança e me olhou com os olhos dissimulados que tinha. Me senti arrepiada dos pés à cabeça. Parei de cantar e fiquei olhando as pessoas seguindo. As que já tinham tomados seus destilados, não perceberam, mas naquele momento, o mundo parou para eu e ela nos olharmos. Ela me dizia tantas coisas, mesmo estando no fundo da boate. Era quase meia-noite, e as coisas parecem todas serem marcadas para essa hora, caiu sobre a pista uma chuva de confetes feitos de papel de seda branco. Na chuva branca ela parecia um anjo pra mim, mesmo com olhos de demônio. Ela saiu correndo, descendo a escada que levava para a saída. Eu não pensei se podia ou não podia, eu só deixei minha bebida e 'ficante' de lado e saí correndo...
L* estava andando no meio das ruas e os carros buzinavam incessante pelo seu modo desengonçado de andar. Ela estava brincando de "mortinha" como costumava dizer: Quem morrer primeiro, perde. Brincando só, vestida de negro por entre carros. Eu não a chamei, mas de repente ela parou no meio da rua e olhou exatamente para onde eu estava. Eu sorri e me aproximei da beira da calçada. Ela sorriu e disse: "Percebi que você não estava se divertindo. Como está Camila?" Eu fiquei ouvindo ela falar, entendendo o que ela falava, mas ainda não tinha formulado nada para eu dizer. Tudo o que pensava naquela hora, era por quê ela estava ali. Eu sentia um cheiro bom de baunilha com o cheiro de quando minha mãe fervia mamadeira pra mim. Ela ficou séria e me perguntou sobre a música. Eu ainda não tinha nada para responder. Ela saiu do meio da rua, foi até a calçada onde eu estava e se despediu.
Eu não fiz nada e me odeio por isso. Eu fiquei calada pensando naquela situação. Quando L* já estava cruzando a esquina, ela disse com uma voz meio embargada: "Sinto falta dos nossos dias". Goshh... Aquilo foi uma facada no meu coração. Eu gritei, mas ela não voltou. Saí correndo em sua direção impetuosamente e a vi pegar um taxi. Ela foi para seu apartamento e eu também iria pra lá. Correndo eu fui e não vi o tempo passar. Cheguei lá por volta de 2h da manhã. A gritei na portaria e ela ascendeu a luz. Me olhou pela janela, e coçando o olho sorriu. Ela desceu e me chamou para entrar. Subimos. Sentamos na sala e ela me olhava sem parar. Não dissemos nada. Não havia necessidade de falar. Ela subiu em meu colo e me beijou enquanto cantava nossa música. Aquilo me deixou deveras excitada. Ela tinha uma voz suave e discreta. Eu amava aquilo. Era como quando morávamos juntas. Era lindo. Ainda estava ela com o vestido negro. Na mesinha do centro tinha um pouco de vinho gelado, o que explica o gosto de uva em seus lábios. L* estava ligeiramente bebâda. Me pediu pra que a bebesse. Eu então peguei a garrafa de derramei no seu corpo branco, e tomei cada gota de vinho, que descia pelos seus seios, pelos, dedos e pernas. Foi uma noite incrível. Ali mesmo na sala. Pintamos o sofá de vermelho-vinho.
Na manhã seguinte eu tive que ir embora. Acordei prontamente às 6h da manhã. Me arrumei e saí. Não consegui falar com ela depois, mas ainda amo demais aquela mulher. Isso faz cinco anos. Há cinco anos tento falar com ela. Depois daquela noite. Faz cinco anos que ela não se alimenta bem. Ela nem mesmo dorme. Passa o dia pensando no que ela poderia ser. Luana (sim,preciso dizer o nome dela. Nome lindo,que está escrito na minha parede) tem 24 anos e para muitos ela já está morta. Não diria que sua aparência é a mais linda, mas LUANA mantem suas bochechas coradas com um pouco de rouge. Seus lábios não veem cor há cinco anos, da mesma forma que Luana,minha Luana não é a mesma há cinco anos. Eu sei, por que estou assim há longos e vazios,cinco anos.'
12.12.10
28.11.10
Algumas coisas não mudam.
- Anham...caio mais não Luanaa.
- É sério!
- Não adianta. Não caio!
- Eu juro...to amando de verdade!
- Sério?!
- Não! Hahaha
- Idiota.
- Brincadeira, to amando sim...
- Que coisa mais bizarra.Verdade, né?!
- Não!
=)
21.11.10
- Caio Fernando Abreu
11.11.10
Ainda
mas agora que você falou isso...too bad,nem estou mais com vontade.
Acho até que senti umas lágrimas, mas elas secaram antes de alguém notar que elas estavam aqui.
10.11.10
- Caio Fernando Abreu.
7.11.10
Breakfast at Tiffany's
...
Paul: Sabe o que está errado com você, senhorita “Seja-lá-quem-for”? Você é covarde. Você não tem coragem. Tem medo de levantar o queixo e dizer: "Está bem, a vida é uma realidade". As pessoas se apaixonam. As pessoas pertencem umas às outras. Porque esta é a única chance de alguém ser realmente feliz. Você diz que é um espírito livre, um ser rebelde... E está aterrorizada porque alguém vai te colocar na gaiola. Olha aqui, querida, você já está nessa gaiola. Você mesma a construiu. E não está presa no Tulipa, Texas ou Somali... Ou seja lá onde for. Porque não importa o quanto corra... Sempre acabará correndo de você mesma.
5.11.10
3.11.10
- Mariana G.
Te trago flores sempre.
E me trago nelas.
31.10.10
Sobre gente chata
26.10.10
Miss you
'Você diz que me ama e depois vai embora, querido me diga o que significa amor pra você?'
24.10.10
23.10.10
Those eyes.
22.10.10
From J*
Ah(...), e à propósito,Luana, não. Eu não estou (ainda) apaixonada por você!'
21.10.10
Na lanchonete
"A minoria no mundo pensa como você Lú. Pode enfileirar todas as pessoas e não dá 10."
Owwnn..achei a coisa mais fofa.
19.10.10
Pra J*
“... Não agora, talvez ‘amanhã’.”
18.10.10
Reflections of a Skyline
-
16.10.10
Confissão a árvores
15.10.10
O Verão nunca começa
- É do Tempo, respondi.
- Do tempo?! Da chuva?
- Não, do Tempo. Do que podia ter sido
12.10.10
“Querido John”
- Nicholas Sparks
4.10.10
"No jogo da sedução só existe uma regra: nunca se apaixone."
- Franciane Costa -
- Tati Bernardi
3.10.10
30.9.10
Saudade de Sex and the City
Carrie: I can't.
Mr. Big: Why not?
Carrie: Because, dear friend, you and I are like that red wall. It's a good idea in theory, but somehow it doesn't quite work.
29.9.10
ENQUANTO SER BI É CULT...
-- Sou lésbica. Mas tenho muitos amigos homens. Então de vez em quando faço sexo com eles . Ás vezes me pego pensando se sou bi...
Leia-se "de vez em quando" como sempre.
Sempre faz sexo com eles. Eles no plural meeesmo. Eles, plurall, e masculino. SEmpre, sempre mesmo. E sempre propaga aos ventos seu discurso. E tem platéia pra ele. A maioria se convence. Pasme.
Enquanto ser putinha não vira moda...
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(cap 2)
-- Uai, Amanda... vc disse que é lésbica. Certo? E onde entram as mulheres, as garotas nisso?
-- É que namorar, namorar, eu namoro as meninas.
-- Namora muito.
-- Não. Na verdade faz um bom tempo que não namoro.
19.9.10
Caio Fernando Abreu
Você vai me abandonar e eu nada posso fazer para impedir. Você é meu único laço, cordão umbilical, ponte entre o aqui de dentro e o lá de fora. Te vejo perdendo-se todos os dias entre essas coisas vivas onde não estou. Tenho medo de, dia após dia, cada vez mais não estar no que você vê. E tanto tempo terá passado, depois, que tudo se tornará cotidiano e a minha ausência não terá nenhuma importância. Serei apenas memória, alívio, enquanto agora sou uma planta carnívora exigindo a cada dia uma gota de sangue seu para manter-se viva. Você rasga devagar o seu pulso com as unhas para que eu possa beber. Mas um dia será demasiado esforço, excessiva dor, e você esquecerá como se esquece um compromisso sem muita importância. Uma fruta mordida apodrecendo em silêncio no quarto.
12.9.10
“Baby, baby, baby... I’m leaving you”
29.8.10
23.8.10
19.8.10
Caio F.
(...)
- Eu não queria ser casa.
- Como?
- Queria ser um apartamento.
- Sei, mas que tipo?
(...)
- Uma quitinete. Sem telefone.
18.8.10
Ela partiu.
Eu sentei no banco de madeira, com pregos enferrujados e comecei a lembrar do dia que ela chegou. Com seus shorts jeans, seu tênis imundo e camisa da Funéria, depois com seu vestido marrom, com suas calças largas, seu cabelo bagunçado, seu óculos mal desenhado, seu lábios vermelhos, seus labirintos pintados assim também. Quando ela entrou em casa, em minha casa e na casa deles, parecia que as paredes tremiam. Nunca vi algo de cento e setenta e dois centímetros estremecer uma obra tão grande. As paredes verdes pintadas nunca mais foram as mesmas depois dela.
Eu vi ela chegar, mas não sei a quanto tempo ela partiu. Só sei que ela se foi, e me deixou num quarto cheio de vazios. As minhas paredes se calaram, pra ouvir meus lamúrios. O chão se fez mole, pra que eu repousasse meus cabelos. Meu violão está afinado, minha voz está rouca, e meu pequeno vermelho rouxinol partiu. Cansou dos meus olhos. Cansou da minha voz.Dizia: ’Seus olhos verdes de demônio me assustam.’
E riamos.
Agora, eu tento arrumar palavras, nomes, vozes, pra encher o tempo. E eu sei que ela partiu. Só disso que sei. Porque não é está como quando você sabe que seus pais vão voltar de uma viagem.
E eu vi que nem no alvo eu estava. Eu estava nela. E agora, onde eu estou?
Quando chegava, tudo se tornava bright purple. Não pela sua beleza, mas porque quando abria a boca, saía um leão maior que ela. E a voz... que voz! Ela cantava quase como um sussurro,pra me chamar pra perto, pra ouvir melhor, e me beijar com boca de café e chocolate. E me olhava com seus olhos cor-sem-nome e quando eu olhava pra ela, ela se esquivava. E eu não entendia se era um convite pra olhar mais perto, ou uma fuga do que era incerto.
Às vezes, me sentia em suas mãos. Totalmente dominada por mãos de dedos finos e esmalte descascado. Suas unhas desenhavam grandes arcos nas minhas costas. Eu tinha sorte. Muito azar. Um azar dentro de um biscoito da sorte.
E agora, se foi. Levou meus vícios..e me deixou um livro sem frases, com gravuras vermelhas igual seu cabelo. Ela rabiscou: ‘Eu não podia aguentar.Foram seus olhos pérfidos me causando remorsos.’
17.8.10
Pecado
Então ela disse:
- Ela tinha mãos quentes e uma boca quente. Ela parecia renascer em cada toque. Ela dizia "tudo bem", enquanto me mostrava sua cara bem convidativa. E ela mordia meu pescoço e me tirava o ar. Sei que depois de horas a fio, o Sol já estava voltando para seu lugar. Não importa o que foi dito, se algo foi dito. O que importa é o que fiz. Deitei-me com um Demônio. E me entreguei nisso e fui além do que eu podia imaginar. Eu provei do inferno a pior dose e do céu a maior viagem.
E o Padre respondeu:
- Enjoy it while it lasts, doll.
16.8.10
E assim foi:
Ela. Sabia o que era o bem e o mal, mas por dúvidas, escolhia sempre o meio termo de todas as coisas. Simples e nada delicada. Cantava como um rouxinol livre e outras vezes era silênciosa como um peixe de aquário. Com toda aquela água contida, que vinha a tona quando a bebida quente corria em suas mãos.
Sempre foi assim.
Ela. Escolheu pouquíssimas pessoas para lhe ouvir, e assim escolheu a maioria erroneamente. Ela, se conserta só. Como um pássaro negro que pega seus olhos fundos para ver, ou suas asas quebradas e começa a voar.
Sempre foi assim para Ela.
Por quanto tempo ela quis apenas encostar a cabeça num travesseiro e dormir? Mas eles correm dela como o fogo da água. Por que na sua cabeça há muito mais que borboletas, zebras, vagalumes e contos de fadas.
Sem infância, sem adolescência, sem maturidade, passado, presente ou futuro. Era pra ser apenas Ela.'
6.8.10
The Beauty and the Beast
- Tudo bem com você?
- Tudo certo, e com você?
- Tudo bem, na medida do possível.
- Como assim? O que deixa seu possível na medida?
- Nada.
- Oras, o que tanto limita o teu "possível"?
- Nada, já disse.
- Se nada te limita, então você está bem sem medidas.
- Não. Só não quero falar pra você.
- Então escreva, você escreve melhor do que fala.
- Tchau.
- O que fiz?
- Nada.
- Onde vão tuas palavras na minha presença, baby?
- Não vão. Apenas se estatificam. Quietas permanecem.
- Há um motivo pra isso?
- Não sei. Você faz minhas palpebras tremerem.
- Isso é bom?
- Isso é diferente.
- Então é bom. Mas ande, fale-me sobre teu possível tão limitado.
- Nada. É que algumas coisas são possíveis, e outras são apenas impossíveis.
- Custou dizer-me isso?
- Mais ou menos. Você me dá medo.
- Defina medo.
- Medo... oras. Uma sensação de insegurança ímpar. Frio na barriga que parece ter engolido o Alaska com sorvete. Ao mesmo tempo, é um combustível para fazer coisas mirabolantes, impossíveis.
- AHA!
- O que?
- Eu te faço ultrapassar o limite do possível?
- Eu não disse isso idiota, de onde tirou essa idéia?
- Você disse que eu te dou medo. Depois definiu medo como combustível para coisas impossíveis. Ou seja, eu te dou vontade de ultrapassar limites. Qual limite quer ultrapassar hoje?
- Você é lunático e voluntarioso.
- Lunático. Quer me dizer de forma indireta que quer ir à Lua?
- Não, quero dizer que você é louco. Isso não acontece com você.
- Isso o que? Vamos, eu tenho a chave.
- Chave pra que?
- Pra abrir teus portões e tuas algemas.
- Acho que agora estou conversando com um louco completo.
- Acho que estou ficando com febre. Baby, you lighted my fire.
- (Risadas) Seu tosco.
- Venha, você que escreve a sua vida.
- Isso que me assusta.
- O que te poe em condição de medo?
- Escrever minha vida. Tenho medo. Creio que não aprendi a fazer isso, e que também nunca fui ensinada.
- Relaxe baby, relaxe. Não importa como você vai escrever. Se há margem, se há pontuação. É tua vida, e não importa quem leia, não importa se vende, não importa de que cor você escreve. Só escreva. Escreva...
- Será?
- Eu sei, você escreve melhor do que fala.
(...)
3.8.10
Desencantamento
Ela estava à procura de um bar,desde que tivesse boa música e vinho.Calçada com seu all-star ex-branco e agora encardido,camiseta branca,saia jenas lascada,calcinha roxa.Uma bolsa e dentro havia um dicionário.
Andou três quadras e em nada pensava.Encontrou um boteco que não era visualmente agradavél,mas a música sim.
Depois de quinze minuto sozinha contava o dinheiro para pagar a conta e ir embora.
- Olá anjo azul,posso me sentar?
Ela se perguntou que diabos era anjo azul.
- Sim,mas já estou de saída.
Ela o olhou e sua pele ficou febril e o rosto rubro.
- Eu pago mais uma. - disse ele.
- Então tá.
- E como é teu nome e sua idade?
- Me chamo Ana.A minha idade é suficiente.E o seu nome?
- Fernando. . .tenho 29.Você tem idade suficiente pra quê?
- Pra tudo!
E depois de horas, estavão eles conversando como velhos amigos.Entraram no apartamento dele e Ana ficou encantada com a decoração antiga.Era tudo antigo.Conversaram horas....E também beijaram-se.Agora sua calcinha era branca.
- Tô indo embora Fernando.Tchau.
- Ué,porquê?
- Sei lá.
- Tá.Me procura? - disse ele preocupado.
- Vou pensar.
Ela voltou para casa e ele chorou.Ela o amava mas não sabia o por que e já que não acretidava mais em amor a primeira vista, decidiu esqueçer aquela noite.Ana hoje com 24,aos 20 sofreu um acidente onde a memória amorosa foi apagada,foi como se o fogo tivesse consumido o seu amor por qualquer pessoa.
2.8.10
ARE YOU EXPERIENCED?
Já experimentou o gosto da verdade e não poder falar?
É como ter um orgasmo toda vez que a memória quer te lembrar.
Can you help me?
1.8.10
31.7.10
29.7.10
Penúltimo diálogo.
- Hm -
- Luana! Eu… Credo, hein?
- O que foi? - perguntei dando ênfase ao ar de ingênua.
- Você é burra… - ele disse e olhou para trás.
Estacionou colado no portão da minha casa.
- Não vou voltar.
- Eu sei… Você é burra.
Respirei fundo, mas não pensei na resposta:
- Burro é você… Que me ama!
- Deixa eu dormir na sua cama Lú?
...
- Hoje não dá.
- E pra sempre,dá?"
28.7.10
Cegueira sobre o ensaio.
Não o culpo, a menina tem mesmo esse dom de não se fazer visível, de não ser notada.
O olhar restrito não a deixa mostrar-se, nem ver-se.
Coleciona sensações e,não podendo vivê-las, as guarda em cantos de papel e espaços descoloridos. Dentro de si fica,calada. E não há santo que possa tirá-la de lá. Há um moço, mas ele não consegue vê-la.
Tristes são os olhos desse moço, incapazes de enxergar um palmo à frente dos nomes e números.
Tristes são os sentimentos dessa moça que, apesar da voz forte e sincera, perto dos olhos dele, permanecem mudos e calidamente amedrontados.
24.7.10
23.7.10
Ao Simulacro da Imagerie
Mas como quem não desiste de anjos, fadas, cegonhas com bebês, ilhas gregas e happy ends cinderelescos, ela QUERIA acreditar.
Até a noite súbita em que não conseguiu mais."
[Caio F.]
22.7.10
13.7.10
(...)
Voltar, depois, quase impossível."
[Caio F.]
9.7.10
No tempo
Ehh....A gente se entrega nas menores coisas.
[Caio F.]
2.7.10
Aviso
‘Não esqueça que estaremos sempre juntos’,
era qualquer coisa assim.
30.6.10
21.6.10
Persuasão
- Jane Austen
19.6.10
O que se faz?
.....
Ana então agradece,dá as costas e toma seu café.
A quem partiu
18.6.10
Profecia
Cinéias Santos
Nunca mais, nunca mais, repetiu incontáveis vezes. Nunca mais confiar, nunca mais acreditar, nunca mais me permitir, repetiu inúmeras vezes. Foi em uma não permissão que a vida escancarou diante dos olhos a oportunidade tão cálida quando sincera. Mas era tarde. Era tarde? Que pergunta era essa? Possibilidades não existiam. Ela não se permitia esta possibilidade. Pelo menos não mais. Não foi opção dela descobrir que confiar é um erro, sempre. Não foi uma opção dela aprender que o amor é lindo, mas não existe, pelo menos não para ela. Não foi opção dela que jamais conseguisse amar alguém como amara aquela mentira que criara em sua mente. Mais infame do que ser traída todas as vezes pelo seu próprio coração, era continuar dando chances a ele. Mais maculada do que sua alma, era sua esperança. Lembrou-se bem, a única coisa que conseguiu com borboletas no estômago foi náusea. Então, já bastava. Não mais acreditar, não mais esperar, não mais se permitir. Não foi opção dela que a paixão em sua vida fosse tão irônica quanto a possibilidade do eterno, uma efemeridade. Da mesma forma, não foi opção dela que o amor que esperava aparecesse quando ela não (queria) poderia acreditar. Nunca mais, nunca mais, repetiu incontáveis vezes. Mal sabia que desta vez a profecia se cumpriria.
No jardim
17.6.10
.Caio Fernando Abreu
16.6.10
A chance
14.6.10
Lisergia
12.6.10
Moving on
Sentiu um remorso por pensar em outro alguém.
6.6.10
Sem assunto
Chamada
Mas desligo depois da primeira palavra.
21.5.10
.
[Caio F.]
20.5.10
Because i want you
Tudo que não mata,deixar uma marca
18.5.10
Goles da vida
A ressaca chega quando bem entende. Chega para ficar. Sentiu o gosto do vômito e as marteladas na cabeça. Pensou no que poderia ter sido na vida. Não conseguia entender como tudo deu errado e agora tinha que se contentar em ser uma simples atendente e receber um salário mínimo. Ainda mais depois de todo investimento de seus pais que a colocaram somente em escolas particulares e cursos. Até a bancaram na cidade grande quando tentou ser artista. Onde havia errado?
A sua única certeza era a decepção dos pais. Eles a olhavam com aquela expressão de dó que dá para sentir cortar a pele. Vivia com o sentimento eterno de não ter sido a filha que desejavam. Arrependeu-se de ter tomado o primeiro gole de whisky barato e de todas as consequências disto.
Aos 24 anos, perdida, ainda vive nos fundos da casa da mãe. Trabalha para sustentar os vicios e os bichos e se conformou em cumprir hora extra. Sua única expectativa é que a morte chegue logo.
.
A gente aprende a ser resistente na marra.
6.5.10
Nessa espera o mundo gira em linhas tortas.
- Não.
- E por que não?
- Aprendi a gostar apenas daquilo que me faz bem, e você, definitivamente, não está incluso nessa lista.
- Eu mudei. Juro que mudei.
- Não acredito em mudanças humanas, meu caro.
- Acredita em quê, então?
- No inverso de você. As pessoas não mudam, elas são. Você estava apenas usando seu lado de fora e, quem sabe, esteja usando agora seu lado de dentro.
- Entendo.
- Entende o quê?
- O que você acabou de dizer.
- Não, você não entende, aliás, não há algo que possa ser entendido. Apenas é.
- MAS EU ENTENDO!
- Não seja estúpido! Como diz entender algo que não pode ser entendido? É como ler o não-escrito. Por favor, não me lastime mais. Estou enjoada de presenças assim, como a sua. Vá embora.
- Me desculpe.
- Rá, guardarei tuas desculpas, meu jovem. Agora, antes que a repulsa não caiba mais nesse frágil conjuto de células, extinga-se, now.
- Você é avassaladora,moça, sempre foi.Extraordinariamente única. Eu vou, mas vou levando comigo a esperança.
- Esperança de quê?
- De que um dia, e que, por Deus, esse dia não demore, você passe a usar também seu lado externo, então nos encontraremos no meio do caminho, depois de termos os dois desfrutado de nossos lados opostos. E assim, como entendo você agora, você me entenderá depois.Tome este beijo, guarde-o. Eu a espero no meu futuro.
Destinatário Oblíquo.
To: luana.3001@hotmail.com
From: ange.barros@ymail.com
'Olha, moça, me desculpe tamanha ousadia, mas eu quero saber mais sobre você.
Você disse que prefere não sentir, mas não disse se consegue sentir.
Disse que enjoa fácil das coisas e eu tenho a impressão de que as coisas enjoam de você primeiro.
Você vive rodeada de sentimentos frívolos, no entanto afirma ter a intensidade como sua característica saliente. Não entendo quando diz não suportar as nossas enfadonhas conversas semanais e poucos dias depois implora delicadamente por uma palavra minha.
Eu não entendo a sua indiferença nos primeiros dias do mês e insistência no últimos.
Não entendo você e não gosto do seu jeito dissimulado de agir.
Eu não suporto pessoas que dizem apenas o que está escrito no roteiro e parecem caminhar com medo de qualquer ladeira que ameace surgir no meio do caminho.
E eu ainda não sei compreender sua mentezinha calculista, por isso reservo minutos meus para escrever sobre a sua existência incômoda - não eminente. E por favor, não pense que, ao perpetuá-la em um texto, eu estarei excedendo-a. Não é nada disso, nem daquilo. Mas você incita minha curiosidade e me lembra o personagem central de um filme que assisti mês passado.
Ah! Eu queria mesmo saber mais sobre você, e até tentei uma aproximação humana lhe oferecendo um texto morno, mas você é gélida demais para sentir minhas palavras. As minhas e todas as outras palavras ditas pela metade do mundo.
E eu me enganei. Você não é interessante como um bichinho de estimação que ganhamos e ficamos ansiosos para adestrá-lo e vê-lo repetir os movimentos que o ensinamos no domingo à tarde - na maioria das vezes esses bichinhos demonstram emoção, mas você não.
Era curiosidade a única coisa que me ligava a você.(ou você a mim?!) E agora que este fio fora cortado e o elo que ainda nos prendia dentro desse mesmo teatro foi rompido?
Eis a descoberta:
Eu não a procurava. Eu me procurava dentro de você. E você, minha querida, não era nada além de um meio de transporte - Defeituoso, por sinal .'
=O/
28.4.10
Garotas modernas
26.4.10
16.4.10
My way
Como se aproximar da verdade
Eu minto. Se é pra me apresentar, é bom começar por um paradoxo. Mentia mais antes, muito, o tempo todo. Sempre achei que assim, poderia me adaptar a cada situação. E me adaptei. Mas depois de um tempo, maldição dos bons mentirosos, já não sabia mais nada de mim. Conhecia as regras, as condutas, conhecia a forma como minhas vontades brotavam, mas não mais a mim. Não sabia como elas brotariam sem o personagem, sem as regras, sem as condutas. Por curiosidade resolvi falar a verdade. Para isso tive que ir descobri-la. Aqui mesmo.
Seres absolutamente corriqueiros a primeira vista, absurdamente únicos uns para os outros. Banais em sua existência miraculosa, nesse encontro improvável, na inquietude. Banais não por si, mas porque os fatos assim o são. Se existem é porque por menor que seja a chance, num universo infinito em possibilidades, todas elas se realizam, mesmo as bem pequenas. Mesmo as únicas.
Me apresento dizendo logo que não presto: "oi, eu sou uma sacana e não presto. Também minto muito." Tudo verdade, claro, mas gera dúvida. E dúvida é um néctar para as pessoas. É a hora em que elas se reconhecem. "também sou uma fraude!" já escutei em retorno. Ai eu rio. E digo: mas eu, nesse caso ainda não fui... e estou tentando deixar de ser, pra ser sincera. Agora eu só falo a verdade, mas tão absurda que as pessoas entendam que é mentira como defesa. Mas só quando eu quero.
O ritual era simples pois era intuitivo. Simples ou impossível. Juntaram-se os três, sob um desenho astral e estação anual determinados e se conheceram. Riram de uma doutrina agnóstica, das dessemelhanças compartilhadas, do próprio prazer. Lembraram-se dos velhos cegos, codificadores da língua comum em que teceram seu encontro, dos dicionários inimigos, dos códigos partilhados. Sentiram pela primeira vez suas peles, pois que nelas estava a diferença. Nelas acabava o sonho e começava a fome.
Sou péssima em me apresentar. Ou ótima. Visto um personagem adequado e mando ver. Engraçado, inteligente, sagaz. Ou triste, seco, distante. Tanto faz. Pronto, tô apresentada.
Medo, medo pra caramba. Pele fina. Boa pra sensibilidade, ruim pra resistência. Esgarça fácil. Medo da dor? Não, mais medo do medo mesmo.
Quando o que estava dentro de cada um não mais lhe cabia, caminharam para a arena. Montaram seus tigres domesticados, os mesmos que os tinham levado até ali, despiram suas armaduras de pele e deixaram a mostra seus espelhos. Como se por baixo das peles habituais tivessem a carne recoberta por espelhos. Como se quando conseguissem olhar-se tão profundamente, ver a si no outro fosse o aprendizado. A selvageria podia pulsar em suas montarias, mas seus olhos encantaram-se com a possibilidade de formas muito mais amplas. Não só brutas, não só cultas. Vastas.
Meu talento é me cercar de pessoas talentosas. Vivo muito bem, principalmente depois de descobrir em mim algum talento, mesmo que tão torto.
A mágica é a forma mais fácil de se lidar com o mundo, o mundo é a forma mais difícil de se lidar com a mágica. O embate começa com o abandono do signos, um abraço triplo forma um caleidoscópio em que o que existe entre eles (mesmo que nada) é multiplicado infinitamente, ou senão, infinitamente o suficiente para a percepção. Um infinito secreto, particular, indivisível e inexplicável. Vive-lo ou não é a escolha.
Desisti até mesmo de mandar na minha própria vida. Descobri gente mais competente para fazê-lo. Quase uma relação de submissão, mas na verdade sou bem rebelde. Acho que eu só busquei alguém para poder desobedecer, e ter um parâmetro. Mas ganhei liberdade ao invés de ordens, e com a liberdade uma espécie de amor expansivo, leve, meio inesperado até. Como se um potro que solto voltasse lustroso, forte, mas selvagem, depois de um tempo. Daqueles que se admira e se teme. E só se teme do tanto que se admira.
Não sei como termina. Não sei mesmo. Fantasias em palavras, lutas dançadas, idas turísticas ao inferno, degustação de depravações e de sabores.
Existe um conceito hindu que associa à impureza a dor. Eu costumo sentir em certos perfumes felicidade.
(Mesmo que nunca passe de 15 minutos.)
15.4.10
A dor do abandono
De quem se trata? Quase ninguém sabe.
Muita gente acompanhando o féretro? Não. Apenas umas poucas pessoas.
Ninguém chora. Ninguém sentirá a falta dela. Ninguém para dizer adeus ou até breve.
Logo depois que o corpo desocupou a casa, onde aquela moça havia passado boa parte da sua vida, encontraram em uma gaveta ao lado da cama, algumas anotações.
Eram anotações sobre a dor...
14.4.10
Redenção
Se olhou no espelho e não conseguia enxergar o próprio reflexo. Pensou em quantas vezes já tinha deixado de se enxergar. Apenas olhando o vulto, em automático. Um borrão preto. Parou e tentou olhar nos seus próprios olhos. Não se reconhecia. Parecia uma outra mulher bem a sua frente. Na realidade, pensou que os espelhos podem captar, às vezes, o interior da pessoa. Era assim que ela se sentia por dentro, com o coração cheio de piche. Não demorou muito para que o pensamento sobre seus atos a consumisse. Culpa, frio na barriga novamente...
Tinha convicção que não prestava. Não valia nada. Ter crise de consciência é coisa de gente que não presta. Ser injusta faz parte da vida? Lembrou que ele estava em sentido oposto. Seguia em direção aos céus, ela, tentava encontrá-lo na porta do inferno.
Infelizmente os arrependimentos são eternos. Quem dera pudéssemos voltar no tempo e desfazer nossos atos. Ao contrário, podia voltar ser aquela mulher que mandava o passado pastar. Viver sem culpa é ser feliz. Havia mudado nos últimos anos, agora, a culpa a corroia e a matava de um jeito que nunca tinha visto. Desconhecia. Seria prazer ou alguma coisa cristã se infiltrando em seus ideais? Sabia que o peso, o fardo, deixaria marcas provisórias.
Enquanto se arrumava para mais um dia, ia diminuindo. Ana errou. Sabia que tinha tomado uma decisão estúpida. Ela sabia que ele um dia cansaria de tantas mentiras. Mesmo ele, com toda paciência e amor. Ele continuava porque queria ter certeza que tentou até o fim. O fim. Essa maldita mania de levar tudo até o fim.
Ana foi à igreja.Sentou e ficou olhando a imagem de uma santa. Tão branquinha, tão fria, tão de porcelana. Sentiu vontade de botar a cabeça nos pés dela e ficar ali, tentando se sentir melhor, tentando ficar limpa e branquinha que nem ela. Não aconteceu. Infelizmente, não existe redenção. Na realidade, não existe nada. Só existe o que já aconteceu. Existe apenas o que a corrói. Até que ela morra e nasça de novo.
13.4.10
11.4.10
hurting is where I belong
Ontem um amigo me disse:"starving hurts the soul when your hungry for love."
thats why im fat and sad!
And i might sing, "Oh Bury Me"
...é minha ultima tentativa!
27.3.10
do not touch!
- Mas pq?
- Não sei,então por favor,não faça isso.
- ...
Escolhas
Ver uma mulher de vestido sentar-se é colírio para os olhos. Um único movimento e os coxões morenos estão de fora. Eu sentado a poucos metros a devoro com os olhos enquanto seu perfil se mostra uma das coisas mais lindas que já vi.
Tão logo, o barman coloca o primeiro drink de graça sobre o balcão, de frente para ela. Cortesia de um otário de meia idade, do outro lado do bar. Ela mal olhou para o drink à sua frente, tampouco para o mané que tentava a cortejar.
Pensei na possível aproximação. É uma idéia idiota. Uma mulher gostosa e sozinha intimida qualquer macho predador nesse mundo. Inclusive a mim. Iguala-nos a crianças de frente para o maior ídolo. Por momento algum, desgrudei os olhos. Minha cerveja poderia esquentar, eu pediria outra. Mas ela poderia sair por aquela porta a qualquer momento e eu não teria a chance de comê-la.
A porta de madeira do bar se escancara novamente. Olhando aquela mulher à minha frente, esqueci-me que estava esperando alguém. Uma mulher qualquer. Qual era o nome dela mesmo? Já não fazia muita diferença. Eu só sei que a minha companhia para aquela noite exalava um perfume forte, terrivelmente doce, a saia curtinha, as pernas finas. Olhei-a de relance e depois me levantei para cumprimentá-la, com um galante beijo na bochecha. Tão ruim conhecer o paraíso e ter de se conformar com o purgatório!
Por educação, dei mais atenção à mulher que estava comigo, do que aquela que eu definitivamente queria. A magricela era chata, ciumenta, não falava nada mais do que “Aiiinnnn Amorrr!”. Quem foi o maldito que criou essa mulher? Onde fui arranjar aquilo? Tive que me contentar com a escolha que fiz. Não era o suficiente para mim, mas aguentei firme. Só sei que voltaria naquele bar mais vezes. E uma dessas vezes, eu teria vergonha na cara e tentaria falar com aquele fascínio.
Qualquer dia, hoje não.
24.3.10
23.3.10
Epifania: 300 reais
Ela pergunta, se aproxima e segura em minha mão. Em algum ponto da Avenida Paulista. Ela tem o corpo esguio e lindos cabelos cacheados ruivos. Pintados, como eu descobriria mais tarde.
Ela move seu polegar pela palma da minha mão. Pela minha linha da vida, do dinheiro e do amor. Seu polegar percorre todas essas linhas porque ela vai se envolver em todas essas coisas.
“Estou”. Respondo,sem soltar sua mão.
“Tu tens um sorriso bonito”. Ela diz com sotaque gaúcho e tom em algum lugar entre o maternal e o sedutor.
Tento reservar-me. Fingir que o toque não me traz conforto. Fingir que é tudo business. Oferta e procura.
“E por quanto sai?”
“Para você, 300”.
“Só tenho 235. Preciso sacar. Onde tem um BB por aqui?”
“Fale baixo. Aqui está cheio de noia. Eles roubam até óculos de grau”.
“Se roubarem os meus, não poderei ver nem mesmo vc.
Ela sorri de modo terno. Agora, tendendo mais para o maternal.
“Vamos no E-com. Lá ninguém sabe o que vamos fazer. Eu sei onde tem um”.
Ela assume a frente como um guia. Ou melhor, me arrasta pelo caos da grande e caótica metrópole como uma mãe arrasta a uma criança.
“Que drogas você usa?” Ela me pergunta com a mesma naturalidade de quem pergunta “qual é a sua profissão?”
“Cerveja e remédios para dormir”.
“Isso não são drogas”. Ela despreza. Obviamente ela não conhece muito bem as benzodiazepinas.
“Eu fumo um beck e outras coisinhas mais de vez em quando”. Ela confessa. “Já fumou um beck?”
“Eu fiz faculdade.”
“Hmmm?”
“É uma espécie de pré-requisito para se formar”.
“Ah tá! Só isso só. Eu não me misturo com esses nóia não”. Diz ela se referindo aos consumidores de crack nos arredores da praça da república.
Continuamos a andar. Ela a frente. Eu atrás.
Chegamos ao e-com. Uma espécie de pequeno supermercado. Um pequeno supermercado para emergências. Pequeno é claro para os padrões paulistanos. Médio para os padrões da minha cidade. A máquina do banco 24 horas se encontra logo de frente a entrada para onde nós nos dirigimos, ou melhor, para a entrada a qual ela me guia.
Uma folha de papel sulfite colada na máquina frustra nossos planos:
“Caixa fora do Ar”
Ela se aproxima do segurança de postura tão impecável quanto seu terno e sua gravata e pergunta, usando agora seu tom sedutor:
“O sistema está fora do ar para todos os bancos?”.
Ele confirma.
Ela conversa com as pessoas. Ela escolhe os locais. Ela conhece os caminhos. Não há dúvidas sobre a natureza de nossa relação de poder maternal depravada.
“E onde nós podemos tirar dinheiro essa hora?”
“No e-com lá de cima? É muito longe.” A balança, agora, pende de vez para o lado sedutor.
“É o único jeito, senhora”
“Tudo bem. Obrigado”.
Ela volta a me arrastar. Agora pelo caminho de volta. Até a esquina onde eu estava perdido.
“Tive uma idéia”. Ela diz. A balança pendendo ao lado maternal. Você vai ao hotel onde você está, fecha a conta e paga no cartão 65 reais a mais. Ele volta esses 65 pra você em dinheiro e vc me dá.
Concordo tacitamente. É uma boa idéia.
“Mas, vc estava em frente ao seu hotel?”. Ela me pergunta, perplexa. Quase surtando, mas se controlando, como uma mãe liberal que encontra maconha na gaveta do quarto do filho.
“Vc me perguntou se eu estava perdido. Mas, não especificou o sentido”.
Ela faz um som interessante, algo entre um hmmmm e um ahhhh e se resigna. Aparentemente satisfeita com minha esperteza ou conformada com minha estranheza .
Chegamos ao hotel. Faço a proposta ao recepcionista.
“Eu não tenho dinheiro aqui. Não tenho dinheiro no caixa de noite. Desculpe, ninguém acerta de noite”.
Olho para ela. No meu olhar a pergunta: “o que fazemos agora?” Ela entende e logo responde.
“Vamos fazer por isso que você tem mesmo. Se não, vamos ter que andar muito.”
“Tá”.
“Você é de maior?” pergunta o recepcionista do hotel.
“Claro que sou”.
“Nome e RG”
Ela os passa. Entramos no elevador juntos.
“Com essa cara” _ ela diz _ “Não ser maior de idade como?”.
“Quantos anos você tem? Uns 22?”
“Obrigada. Tenho 24”.
“É que você tem um sorriso jovial”
“Obrigada. E vc... vc deve ter uns 27 anos”.
“Quase acertou. Tenho 26”.
“É que vc tem cara de sério”.
O elevador para. Um daqueles elevadores velhos onde a porta automática é uma grade e vc tem que abrir a porta principal.Ela desce.
“704. Deixa eu abrir”.
Abro a porta.
“Fique a vontade”, digo. E vou ao banheiro.
Quando volto, a TV está ligada no jornal da globo e ela está completamente nua. Seu corpo esguio e seus seios tipo taça de champagne atraem a mim e a meus olhares.
“Vc disse para eu ficar a vontade, eu fiquei. Posso ir ao banheiro?”.
“Claro”.
Enquanto ela está no banheiro, abro os botões da minha camisa.
Ela sai.
Me abraça e me beija. Seu beijo tem sabor de cigarro mentolado. Não posso reclamar o meu deve ter gosto de cerveja. Mas, eu gosto. Gosto do sabor do cigarro mentolado. É forte. É como um cigarro misturado com um trident do mais forte. Enquanto ela me beija tira de vez minha camisa. Me coloca sentado na cama, se ajoelha a meus pés e abre o zíper da minha calça. Ela coloca meu pênis em sua boca com a habilidade que só uma profissional pode ter.
‘ * * * * *
“Eu gozei, fiquei até de perna bamba, mas vc não...” Ela mente, provavelmente. Mas, como dizer a ela que eu senti prazer, mas não ejaculo. Não sou capaz de ejacular às vezes por causa da gigantesca carga de antidepressivos que tomo.
“Não foi culpa sua, eu digo”. Para evitar longas explicações.
“É a primeira vez que vc paga uma garota?”.
“É. Antes disso, só namoradinha”.
“Então foi isso. Eu sabia que era alguma coisa psicológica. Ele queria sair, mas não saía”. Tem algo mesmo, porém não é psicológico é psiquiátrico.
“Você faz o que aqui em São Paulo?”
“Um curso.”
“Para o trabalho?”
“É”
“Vai embora quando?”
“Amanhã”
“Que horas?”
“A hora que eu quiser”
“Então vamos nos ver de novo amanhã. Eu te faço uma massagem. Uma massagem diferente. Que usa as mãos, os pés, os seios, e o clitóris. É tailandesa. A massagem dura uns 20 minutos, daí usamos os outros 40 para fazer outras coisas.” _ Ela diz, a balança agora, tendendo por completo para o lado sedutor _ “Eu vou te levar em um motelzinho, não tem frigobar como seu hotel, mas é bom, não tem nóia, não tem nada”
“Vamos então”.
“Que horas vc está livre?”
“As cinco”
“Me passa o número do seu celular. Eu to sem. Me roubaram o meu. Um Nokia simplezinho que só tinha rádio acredita?”
Eu escrevo um numero num pedaço de uma folha, rasgo e lhe dou.
“Vou mandar a mensagem do celular de uma amiga por volta do meio dia. Vou assinar como Gaúcha. Onde nós encontramos?”
“Ali. Na esquina. Na esquina onde vc me salvou”.
“Ok”.
Ela se veste com uma velocidade impressionante. Eu ainda estou nu. Frágil como uma criança diante da mãe.
Ela me da um beijo de despedida e sai.
Me deixando lá. Nú, sozinho e frágil, mas confortado e esperançoso.
· * * * *
Acordo cedo para ir ao treinamento. Passo a manhã toda de olho no celular. Esperando a mensagem. Esperando uma sms de um telefone qualquer com a assinatura de Gaúcha.
Meio-dia a sms não vem. Uma da tarde o sms não vem.Duas da tarde e o sms não vem. Três, quatro, cinco, nada. Saio do curso e vou em direção ao hotel. Preciso pegar minhas malas de qualquer forma. Subo no meu quarto no elevador antigo. Pego minhas malas, desço. Sempre olhando para o outro lado da esquina. Para a esquina onde ela me salvou. Mas, não vejo nada. Não vejo ninguém parada. Ninguém de corpo esguio e belos cabelos ruivos cacheados.
Talvez, ela esteja atrasada. Saio do hotel e espero. Ela não mandou mensagem mais ainda há um pouco de esperança em mim. Espero por 15 minutos na porta do hotel. De qualquer forma, não quero pegar o metrô agora, na hora do Rush, não quero ser esmagado. Entro em um boteco ao lado do hotel e peço uma Skol. Escolho uma posição de onde posso ver a esquina. E vou tomando. Vou tomando. Uma, duas, três, quatro. A hora do rush passa. E ela não aparece.
Saio do bar, decepcionado, mas nem tanto. Me recordo com um estranho carinho de seu sorriso jovial e de seu jeito maternal. O conforto do seu polegar passeando pela palma da minha mão: Vida, Dinheiro, Amor. Essa mulher fez mais por mim. Mais do que o melhor boquete da minha vida. Carinho. É isso: carinho. Essa mulher fez com que eu tomasse consciência do carinho que sentia por ela. E, se sou capaz de sentir carinho por uma prostituta, o que dizer então do que eu sinto pelas pessoas que convivem comigo?De alguma forma essa puta de rua, essa mulher, foi capaz de fazer o que meses de tratamento com venlaflaxina não foram: fizeram a vida parecer melhor de ser vivida.
Então,deixo bar rumo à estação de metrô da República. Rumo à minha casa.
antes do fracasso
Se amavam demais
Era simples, se você prestar bastante atenção, vai entender como era simples. Não foram feitos um para o outro. Ambos tinham defeitos insuportáveis.
Ele era infantil e mentiroso. Acostumado a ser abandonado e a viver sozinho, teve um pai que iludia muitas mulheres, então ele se comprometeu a seguir o mesmo rumo, tornando-se ele mesmo o fim de todos os namoros que tivera.
Amava aquela menina. Não entendia como, nem porque, mas a amava. A amava demais. Mas não ficaria com ela, sabia que iria feri-la. Era sabia isso que ele sabia fazer: feri-las. Mesmo que no fundo, não admitisse isso.
Ela, por sua vez, não sabia fazer outra coisa se não amar… Amava sempre. Claro que, quase sempre, sufocava quem amava. Sentia-se insegura e frágil. Precisava saber onde ele estava. Precisava saber com quem estava. Precisava conhecer todas as amigas e chingar as que ela via que davam em cima dele.
Era isso o que fazia com todos os namorados. Amava-os tanto que queria absorver cada parte deles, estar com eles a cada instante.
E pior,era tão acostumada a servir amor,que muitas vezes amava dois ou três,ao mesmo tempo...
E amava aquele rapaz. Amava como jamais amara na vida qualquer outro garoto. E não ficaria com ele, porque o amava. Sabia que seu amor, sendo imenso, o sufocaria até a morte, ela não era tola.
E se conhecendo bem, não ousavam ficar juntos. Mantinham uma certa amizade cheia de respeito. Tomavam cuidado para não ferir o outro. Embora ambos carregassem feridas doídas.
E sabiam que não iam mudar.
Ele jamais deixaria de ser galinha, por medo, talvez, de que ela o ferisse.
Ela era insegura demais pra acreditar que ele não trairia se ficasse um dia sem se falar por pelo menos uma hora.
Uma situação inevitável.
Talvez, se não se amassem, pudessem ficar juntos. Se não se importassem tanto um com o outro, poderiam até ser felizes. Talvez os defeitos que viam um no outro não os machucassem tanto.
Talvez não doesse tanto e fosse suportável, simplesmente se não amassem demais!
12.3.10
DA OBSERVAÇÃO.
2.3.10
.
Algumas pessoas precisam dar um passo atrás para descobrirem tudo a sua volta, outras precisam ver que suas mentiras podem traí-las!
Algumas, precisam enxergar que tinham tudo o tempo todo, e finalmente há aquelas pessoas que precisam fugir de tudo para não olhar a si mesmas.
E quanto a mim, vejo tudo mais claro agora.
26.2.10
24.2.10
21.2.10
Quer um conselho?
Seja feliz
e não se importe com as pessoas ao seu redor,
elas não sabem
METADE
do que acontece
com você.
17.2.10
Sobre a falsidade.
(Jean Jacques Rousseau)
14.2.10
He wrote to me:
Fofo!
13.2.10
Written before the guilt set in
in the moment.
6.2.10
Fantasmas
E – nock nock – batem, como se fossem educados e pedissem para entrar.
Ecantadora de serpentes

(de Courtney Love)
Eu nasci malvada. Meu pai biológico é um homem mau, por isso que a mamãe logo pensou "ó, ela tem aquela gota de sangue ruim nela". Só que no fundo mesmo, e com meu namorado, eu sou toda família e puritana boazinha _mas não conta pra ninguém.
Quando você é uma garota malvada, as pessoas morrem de medo de você. Não te espancam nem te estupram porque você não leva jeito pra vítima (claro que já pode ter acontecido, mas não com tanta frequência). Mas se você é famosa, é ruim, porque todos os caras querem te comer, daí você fica toda sentimental e eles dizem "uuuuuu..." por acharem que o que você ia fazer era dar umas porradas neles. Filhos da mãe.
Quando você é uma garota malvada, todo mundo faz o que você quer. Você tem espaço para crescer. Garotas malvadas são mais legais do que garotas boazinhas, e são mais amigas (...), na maioria das vezes, a não ser que essas outras sejam das que fazem tudo para agradar os caras, até usar as malvadas, esfregando em si mesmas, feito bastante perfume, um pouco do tempero das garotas malvadas. Garotas malvadas são mais espirituais e menos propensas a se viciar em drogas. E, se se viciam, quando largam, largam mesmo.
As garotas malvadas conhecem os gênios antes das tapadas das boazinhas. Elas pegam os caras quentes antes, porque elas não ficam procurando aprovação, aquele big selo de popularidade. Em "Amadeus", Salieri diz que Mozart é feio; mas aí a soprano (uma picante garota malvada) responde: "Uma mulher de bom gosto só quer saber do gênio".
Garotas malvadas adoram corpos de caras que tenham QI astronômico. A maioria das garotas malvadas não é tão libidinosa quanto as garotas boazinhas. Sexo é intriga, não aparência. É todo construído e tramado na fantasia.
Garotas malvadas amam como leoas e matam quem se meter com sua prole.
Garotas boazinhas roubam os namorados das malvadas. Garotas malvadas trepam, sim, com os namorados de vocês, mas a gente meio que fica se sentindo uma merda depois. O papel de vocês é ficar rondando os namoradinhos de vocês feito cachorro cobiçando um pedaço do churrasco. A gente não, o negócio da gente é voar com os caras de vocês para Nova York ou Los Angeles ou Paris e se trancar num quatro estrelas por três dias enquanto eles fazem com a gente coisas que não ousariam nunca fazer com vocês. (...)
Garotas malvadas são "femenistas". A gente gosta de batom escuro e calcinha sexy, mas nós odiamos machismo, mesmo que a gente coma os maridos/namorados de vocês. Nós compreendemos os homens, nós os amamos, nós hetero/bi garotas malvadas.
Nós não somos psicóticas garotas más; essas são as maléficas, de um tipo só delas. Talvez a "Bust" possa fazer um número sobre as "garotas maléficas" e aí a gente vai poder tirar todas elas do armário. Elas geralmente são consideradas garotas boas pela comunidade. (...)
Garotas malvadas ficam obcecadas quando recebem um pé na bunda, mas ao invés de apelar para as táticas das maléficas garotas boazinhas, a gente faz coisas do tipo: deixa a banda do cara abrir o show para a nossa; manda toda a correspondência dele para o restaurante Der Wienerschnitzel em Watts (1); compra uma guitarra só por vingança; cria revistas em quadrinhos geniais e vira um gênio como a minha garota malvada favorita de Nova York, Dame Darcy, deusa suprema. (...) Ela é amiga da Lisa Suckdog, que tem aquela ótima zine "Rollerderby". Lisa tenta ser uma garota malvada zanzando nua por aí, mas eu acho que ela não nasceu para a coisa. (...)
A Darby da "Ben Is Dead" é uma garota malvada. Ela tira sarro da minha cara, mas garotas malvadas fazem isso umas com as outras, infelizmente. (...) A Cristina Martinez da Boss Hog é uma garota malvada quentíssima _qualquer dia desses ela vai perder aquele cara, o Spencer, e descobrir o quanto ela é fabulosa. (...) Tá vendo? As garotas malvadas se fodem (...). Nós simplesmente não conseguimos atravessar a linha que separa as garotas malvadas das garotas maléficas, isso é coisa para a... tudo bem, sem essa de citar nomes.
Alanis Morrisette ganhou uma porção de Grammys e foi à entrega do Grammy. Garota malvada nenhuma iria à entrega do Grammy.
Nunca dê um pé na bunda de uma garota malvada porque um dia você vai ter que voltar e rastejar por alguma coisa; cuidado, cara _nem a fúria dos infernos é pior do que a de uma garota malvada que levou um pé na bunda.
Garotas malvadas conseguem lidar com alguma infidelidade. Garotas boazinhas te largarão "por princípio".
Garotas malvadas podem ser tão classudas quanto Jackie O., que era, sim, uma garota malvada, mas que só achava que não era da nossa conta saber disso.
Minha mana Barrymore (2) é uma puta duma garota malvada. A gente vai usar jeans bem lavado na entrega do Oscar. Claro que garotas malvadas vão às festas de entrega do Oscar _só se você for indicada é que você vai dizer que está ocupada e não poderá ir.
Garotas boazinhas vivem de mau humor ou então felizes com a desgraça alheia, porque elas vivem cheirando a bunda dos outros ou sendo bajuladas. (...)
Nós conseguimos ser ao mesmo tempo totalmente prostitutas da mídia e completamente misteriosas.
Todas as garotas malvadas nas redondezas de Nova York e Los Angeles já transaram com outras garotas simplesmente porque sim. (...)
Garotas malvadas engolem _porque é uma puuuuuuta grosseria cuspir..._, mas não na primeira vez. (...)
Se você é uma garota solteira no pedaço, eu sugiro poder. Você tem que trabalhar duro para conseguir, e ninguém vai te ajudar. Você vai ganhar muitas inimigas entre as mulheres. Isso porque você eventualmente vai aparecer por aí dando uma de mulher de um puta editor _que está vivo e simplesmente gosta de você_ em algum filmaço e todos os inúteis que trabalham nas revistas dele você poderia comer se quisesse, mas não vai fazer isso porque garotas malvadas nunca abusam do poder, uma vez que o tenham adquirido, a não ser para fins sexuais apenas.
Garotas malvadas não fingem orgasmos, só se for para enganar elas mesmas.
Garotas malvadas até que têm namorados malvados, mas na maioria das vezes são namorados bonzinhos, porque o cara-anjo, de rosto doce, é realmente horrendo, e o Mr. Macho é um cagão que não sabe que suéter usar em cena esta noite: arrg! (...)
Eu sou uma perdedora no jogo do telefone. Se você quiser ser uma ''femme fatale'', vai em frente e nunca telefone de volta, nem faça contas etc. As boas garotas malvadas nem sequer entram no jogo do telefone. É difícil de acreditar, mas é verdade. Jogo de gato e rato é coisa da era elizabetana e vitoriana.
Garotas malvadas vão sempre te oferecer tudo o que elas tiverem.
Nós, garotas malvadas, somos vulgares, mas temos potencial para sermos totalmente finas.
O resto é só da minha conta, e não da conta do ''New York Post''!
**
Notas
1. Watts é um bairro de Los Angeles (EUA) considerado ''barra pesada''.
2. Drew Barrymore, atriz de "ET - O Extraterrestre" (1982), "Bad Girls" (Quatro Mulheres e Um Destino, 1994) e "Todos Dizem Eu Te Amo" (1996).